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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sinceridade é uma virtude










segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Canção de ninar

Por algumas vezes, não são necessárias mais palavras. A canção toma o lugar do não-dito. Canta, loucura!

"A vida é maior
Maior do que você
E você, não sou eu
Os caminhos por onde irei
A distância em seus olhos
Oh não, eu falei demais
Eu causei tudo isso

Aquele sou eu no canto
Aquele sou eu sob os holofotes
Perdendo minha religião
Tentando acompanhar você
E eu não sei se consigo fazer isso
Oh não, eu falei demais
Eu não falei o suficiente

Eu pensei ter ouvido você rindo
Eu pensei ter ouvido você cantar
Eu pensei ter ouvido você tentar

Cada sussurro
A cada hora, acordado
Estou escolhendo minhas confissões
Tentando ficar de olho em você
Como um tolo magoado, perdido e cego
Oh não, eu falei demais
Eu causei isso tudo

Considere isso
A dica do século
Considere isso
O deslize que me deixou de joelhos, fracassado
E se todas essas fantasias viessem nos rodear
Agora, eu falei demais

Eu pensei ter ouvido você rindo
Eu pensei ter ouvido você cantar
Eu pensei ter ouvido você tentar

Mas, foi apenas um sonho
Foi apenas um sonho

(...)

Tentar, chorar, por que, tentar
Mas, foi apenas um sonho... um sonho."

domingo, 7 de agosto de 2011

“A verdade sobre a culpa” (07/08/2011)

Honestamente cansa esse eterno falar do passado, essas coisas que insistem em perseguir. Honestamente cansa voltar a negar amores, doer novamente, explicar o inexplicável. Mas tentamos para não sermos julgados como injustos. Construímos palavras, damos roupagens aos sentimentos, tentamos ser didáticos e no fim alimentamos a mesma velha esperança. Incapazes de partir sem se sentir culpados, incapazes de uma verdade cruel e dura. Ninguém quer ser vilão, mas nem todo mundo pode ser herói. O silêncio que te sobra você agarra, quem sabe isso faça sentido, pois já não há o que falar. Não se pode pedir ninguém para esquecer, mas ninguém pode te exigir amar. A verdade tem dois lados e a culpa pega quem quer.

Peça solta

- E então, vamos sair hoje?
- Acho melhor não.
- Por que não? Se já fizemos outras vezes, e foi bom...
- ...
- Quero ficar dentro de você. Você de quatro. É uma dívida que tem comigo.
- Dívida?
- Sim, já postergamos isso tantas vezes... Não me leve a mal, você me fez gozar, a gente se pegou e tal. Mas o algo a mais, eu dentro, somente ficou no reino das palavras soltas. Não, não faz essa cara. Ok, foi algo idiota esse "reino das palavras soltas", mas é bem isso mesmo: quero meter, você sempre me instigou, mas parece fugir toda vez que a chance se aproxima.
- Sim, eu fujo.
- Por que?
- Tudo precisa ter um motivo? Já me conhece, o que por si só seria suficiente para não me fazer esse tipo de pergunta.
- Engana-se. Sei dos teus temores e os respeito até certo ponto, mas, definitivamente, não os compreendo. É uma pessoa muito complicada.
- Se sou uma pessoa complicada, afaste-se então. Nosso acordo, desde o início, era de que nos encontraríamos enquanto fosse bom para ambos. Para você ainda é, já que pensa com o pau e seus pensamentos dissolvem-se em porra. Mas, para mim, não dá mais. E pare de sorrir. Não pense que te amo, eu sempre deixei claro que amar é difícil, e que meu amor é dissociado do tesão. Não, não te amo. E vou confessar ainda algo: sempre que nos encontramos, depois, sinto uma repulsa terrível por sua pele, seus dentes, a textura das mãos.
- Está sendo grosseiro. Se não quer entrar em contato com o que é, não me ataque. Você complica demais as coisas e não acho que...
- O que você sabe sobre mim, a não ser algumas preferências sexuais?
- Sei o que me diz. Sei que não se gosta.
- É mais que isso. Há dias que não me suporto. E há dias em que me conformo, e isso é bom. Pois aí caminho com um mínimo de ânimo conformado e dou conta do necessário.
- Insisto: por que não? Deus?
- Também.
- E?
- E o amor. O outro oposto. As duas coisas que não consigo atar.
- Então, há um amor...
- Sim, há, mas não se preocupe. Ele nunca saberá. E, sabendo talvez, não poderia dar-lhe sequer algo próximo de um relacionamento.
- Bom, ao menos comigo  você tem contato e temos um pouco de química, apesar da repulsa que diz sentir. Repulsa, aliás, que não impediu alguns boquetes maravilhosos.... Ah, viu? Consegui arrancar um sorriso dessa boca linda.
- Minha boca não é linda, eu não sou lindo. E sei que diz isso para todos que quer comer.
- Pare com isso. Não é assim. Sabe que não reprimo meus desejos, fato. Mas não sou um "piroca-doida" sem critério. Tenho minhas preferências, e mesmo dentro de tais preferências, tem que rolar química. Isso temos, não? Pois é. Cara, é algo natural pessoas se desejarem, e tão natural quanto se procurarem quando querem transar.
- Meu desejo é caótico.
- Sim, você é caótico. Fica se prendendo a determinados conceitos de si mesmo, se aferra a eles e não permite que pessoas toquem. Não se permite mudar de opinião a respeito do que é, de suas qualidades, seus defeitos.
- Ok, se pensa assim.
- Sim, penso. E sinto muito, mas assim vai me afastar e aos demais.
- Se o caminho é esse.... estou tentando mudar.
- Como?
- Pensando no amor e acreditando que, quem sabe, um dia pode acontecer.
- É pouco.
- Pode ser pouco pra você, sempre tão desprendido e resolvido. Sabe outra coisa? Detesto gente resolvida e cheia de si. Normalmente, quem é resolvido esqueceu da bosta que um dia foi e que ainda é em essência. E outra coisa: se quer se afastar, afaste-se.
- Meu Deus...
- Sem essa. Suma. Vai satisfazer seu desejo em qualquer esquina, há muitos que querem o mesmo que você - gozar, gozar! Portanto, tenho certeza que encontrará por aí. Suma. Eu te odeio.
- Você é louco.

Foi-se.
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